Não há metas

janeiro 02, 2022

 

 

Estou resistindo ao ímpeto de fazer listas, o que está sendo muito difícil já que eu amo fazer listas e sou muito boa nisso (não digo o mesmo sobre cumprir os afazeres).


No começo de 2021, eu também fiz um texto desses de ano novo enquanto estava muito reflexiva. Fim de ano me deixa para baixo, mas começo de ano me faz pensar que eu posso começar do zero. Eu sei não é assim, mas deixa eu fingir e rir...


O fato é que, em 2021, eu fiz uma lista enorme, a maior que já tinha feito. Até então só me lembro de uma vez que tinha feito grandes promessas de ano novo. Elas eram: parar de pedir desculpas por tudo e de reclamar toda vez que eu descia do ônibus da escola. Cumpri essa pequena lista? Cumpri a grande lista de 2021? Mais ou menos, não vou entrar em detalhes.


O mais importante é que, por bem ou por mal, já passou. Foi isso que pensei quando olhei para aquela lista dividida entre metas pessoais, profissionais e coletivas. Vejam só, o erro já começou na própria estruturação: que diabos eu tinha na cabeça quando estabeleci metas que não dependiam só de mim? Muitas das minhas agonias esse ano ocorreram pois fiquei à mercê da atitude de outras pessoas pra concretizar meus planos. Não façam, isso, leitores.


Esse é o melhor conselho de ano novo que eu posso dar. Não criem metas de ano novo que não dependem só de você. As coisas mudam tanto durante um ano, as circunstâncias e as pessoas mudam. Conte com você mesmo, é isso.


E já que eu comecei a dar dicas, vou aproveitar o momento para falar pautada na minha experiência. Que não é muita, mas já é alguma coisa. 


Para pra pensar: as metas que você colocou pra si tem o intuito de te trazer paz, satisfação, alegria? Ou você está simplesmente tentando conseguir realização em algo para ter a sensação de dever cumprido? As metas são coisas que estabelecemos para melhorar nossas vidas. Se tentar realizar causa sofrimento ou qualquer outro sacrifício, que sentido tem isso?


Acho que esse era o problema na minha lista. Pensei em tudo, menos em mim e no que eu realmente queria. Ou talvez tenha realmente acreditado que queria aquilo. Talvez eu quisesse sim, talvez ainda queira, mas não importa mais, já passou.

Eu larguei minha lista depois do meio do ano. Ela poderia me fazer ter grandes conquistas, mas paz e satisfação já era outra história.


Olho para a lista hoje e penso "dane-se isso, quero ter paz" e ter esse olhar foi umas das coisas mais libertadoras de 2021.

Vem agora a fase de reestruturação e, para que isso aconteça, temos que saber que, por mais que seja gostosinha essa fase de sonhar com as metas, nada impede que você desista ou mude de ideia dependendo do que for melhor.

 Minha meta para esse ano é não fazer metas (cá entre nós, está sendo bem difícil). Isso não quer dizer que eu nunca mais vá fazer metas ou que esteja desacreditada, só não quero me deixar de lado para cumprir minhas próprias expectativas.

No ano que vem eu conto no que deu essa loucura toda.

Feliz ano novo, amores!

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